sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Resenha acerca do VI Colóquio da Residência em Psicologia Clínica e Saúde Mental - Hospital Juliano Moreira



Aconteceu nos dias 22 e 23 de setembro o VI Colóquio da Residência em Psicologia Clínica e Saúde Mental, ocorrido no Espaço CENA, localizado no Hospital Juliano Moreira em Salvador. Com o tema "A lida com a loucura: impasses e invenções" esse evento procurou trazer para o cerne da discussão o encontro com a loucura a partir da perspectiva desses outros, a saber, os profissionais de saúde mental, os familiares e a sociedade em si.


Auditório lotado, o evento começou com o Bando Flores da Massa dando o ar de sua graça, ou melhor, o som de sua graça. Seus componentes são profissionais e pacientes do Módulo E do Hospital Juliano Moreira. Todos os presentes curtiram o som eclético que o bando proporcionou.



Logo depois tivemos a mesa de abertura, coordenada pelo residente em psicologia clínica e saúde mental (HJM/UFBA/SESAB) Wilker França, que deu a palavra inicialmente a Edna Amado, que estava representando a direção do Hospital Juliano Moreira. Edna justificou a ausência do diretor do HJM, André Furtado, que não pôde estar presente por motivos de saúde. Falou ainda da importância da luta antimanicomial e do papel da residência nesse contexto. Depois tivemos a fala de uma representante da SESAB, que pontuou a formação permanente no SUS e a importância da residência na formação do profissional do SUS. Em sequência, Analícia Calmon, a coordenadora geral da residência em psicologia clínica e saúde mental, trouxe a importância da psicanálise como aporte teórico dessa residência e suas contribuições na área de saúde mental. Finalizando a mesa, o residente Wilker fez uma citação de Lacan, e deu abertura oficial ao evento.


Para realizar a primeira conferência intitulada "A resposta da micro-política e da clínica em rede territorial ao momento atual de impasses na macro-política nacional de Saúde Mental" contamos com a presença de Luciano Elia (Psicanalista, supervisor clínico de CAPS e CAPSis, professor titular do Instituto de Psicologia da UERJ, membro do Laço Analítico Escola de Psicanálise). Essa mesa foi coordenada pelo psicólogo do HJM Mauricio Brasil.





No início da tarde foi dado início a primeira mesa de trabalho intitulada "Dilemas dos profissionais de saúde mental no trabalho com a loucura", coordenada pela residente em psicologia clínica e saúde mental (SESAB/UFBA/HJM) Priscylla Guedes. Quem disparou a discussão foi o psiquiatra e psicanalista Paulo Gabrielli que trouxe sua experiência na época em que atuava como diretor clínico do Hospital Juliano Moreira. Depois o psiquiatra Rodrigo Azevedo falou de sua experiêcia enquanto psiquiatra do HCT e a interface loucura x direito. Em seguida, a assistente social e psicóloga Patrícia Flach falou acerca da saúde mental dos profissionais de saúde mental. Por fim, a enfermeira do HJM Maria Auxiliadora de Carvalho apresentou seu percurso de mais de 20 anos na área de saúde mental.




A última mesa de trabalho do dia tinha por tema "A família: como lidar frente ao real da loucura?" e foi coordenada pela enfermeira e sanitarista Renata Costa. Iniciou a discussão o psicólogo Moacir Oliveira, que ponderou acerca das dificuldades encontradas por familiares de pessoas com sofrimento psíquico diante das leis e práticas que exigem desses familiares uma outra postura frente ao cuidar. Depois tivemos a presença de Lívia de Sousa, membro da AMEA, que deu seu depoimento enquanto familiar, trazendo suas dificuldades e as alternativas encontradas por ela nesse encontro com a loucura.





O primeiro dia do evento estava chegando ao fim, mas ainda estávamos com a "casa" cheia.





O segundo dia começou com a conferência intitulada "Sobre nossa esquisitice: o estranho encontro com a loucura", proferida por Douglas Abreu (Psicanalista, Doutorando em Teoria Psicanalítica – UFRJ, Membro do ISEPOL – Instituto Sephora de Pesquisa de Orientação Lacaniana, Professor de Pós-Graduação em Psicanálise UFJF e UNIFENAS, Coordenador e supervisor de instituições de psicanálise aplicada e de saúde mental). Essa mesa foi coordenada pela psicanalista Analícia Calmon.






Segui-se então a mesa de trabalho com o tema "Questões particulares do cotidiano de alguns serviços de saúde mental", coordenada pela psicóloga do ambulatório infanto-juvenil do HJM Mônica Hage. Essa mesa tinha por objetivo discutir questões específicas de cada setor do HJM. A primeira a falar foi Manuela Spínola, psicóloga do ambulatório do HJM, que trouxe como questão o próprio ambulatório enquanto dispositivo. Depois Lygia Freitas, psicóloga do SETA do HJM, trouxe como questão a rede de saúde mental na Bahia. Em seguida Wagner Ferraz, psicólogo da internação do HJM, trouxe como questão a própria internação. Por fim, Mônica Venâncio, psicóloga residente e psicologia clínica e saúde mental (SESAB/UFBA/HJM) veio representando o CENA, e trouxe como questão a dificuldade encontrada nos serviços substitutivos, dificuldades referentes a implicação dos familiares de pessoas com sofrimento psíquico. Essa mesa ainda contou com o psicanalista Douglas Abreu que debateu as questões levantadas.


A tarde, o evento começou com a mesa "O corpo social e a loucura: encontros e desencontros", coordenada pela psicóloga do CAPS - UFBA/GARCIA, Anne Quaresma. O psicólogo do CRIAMUNDO, Marcelo Magnelli falou um pouco dessa inserção social do "louco" a partir da inserção no mundo do trabalho. Depois tivemos uma discussão sociológica trazida pelo psicólogo e doutor em ciências sociais (UFBA), Marcelo Magalhães. Em seguida a psicóloga Vanessa Nobre trouxe uma discussão acerca do acompanhamento terapêutico. Por fim, a enfermeira Marina Garcia falou sobre as Residências Terapêuticas.




A última mesa do evento tratou sobre "A experiência da residência na formação profissional", coordenada pela psicóloga Marilene Batista. Marilene trouxe um panorama histórico acerca da residência em psicologia clínica e saúde mental (SESAB/UFBA/HJM). Em seguida Tainã Rocha, psicóloga residente em psicologia clínica e saúde mental (SESAB/UFBA/HJM) iniciou sua fala colocando a residência como uma formação em serviço, depois abordou a psicanálise enquanto discurso que pode trazer contribuições para a área de saúde mental e finalizou trazendo a experiência dos residentes de 1º ano articulando com o aporte teórico da psicanálise. Depois a psicóloga do CENA e ex-residente do programa em psicologia clínica e saúde mental (SESAB/UFBA/HJM), Priscila Almeida, falou de seu percurso na residência e das contribuições trazidas por essa experiência para a sua vida profissional.




Para concluir com chave de ouro, tivemos a presença do Coral do cena!!!




Não podemos deixar de citar que tivemos ainda apresentação de trabalhos em formato de pôsteres. Vejam os trabalhos apresentados!











Bem, queremos agradecemos a todos pela presença e participação! O evento foi um sucesso! Que venha o VII Colóquio em 2012!!




Comissão organizadora.

Um comentário:

  1. Parabéns a todos por este evento. Estive presente e aprendi muito sobre o que é ser louco. Quebrei muitos pré conceitos -apesar de ser estudante de psicologia- que tinha sobre a loucura. Esse foi o primeiro dos muitos que eu participarei.

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