AINDA
QUE LHE TOQUE A LOUCURA – CUIDAR SIM, EXCLUIR NÃO
No dia 19 de
maio, sábado, um evento multicultural com o tema “CUIDAR SIM, EXCLUIR NÃO”, será realizado para marcar um dos
movimentos sociais legítimos do país – A
LUTA ANTIMANICOMIAL. Um palco
para teatro e música, barracas de artesanato e instrumentos da arte circense
serão montados na área verde do Farol da Barra, a partir das 09hs, em
substituição à “Parada do Orgulho Louco”,
que acontecia nas mesmas imediações da avenida Oceânica.
Desde o
“Manifesto de Bauru”, em 1987, os trabalhadores da saúde mental defendem o cuidado
integral em liberdade, para a pessoa em sofrimento mental, diferente da cultura
dos manicômios que concebe a internação, aliada à contenção física e química,
como alternativas únicas para o tratamento. Uma das suas palavras de
ordem diz: - “Manicômio Não Cura, Manicômio Tortura”.
“A LOUCURA NA CULTURA” é uma
manifestação dos usuários(as), familiares e trabalhadores(as) do sistema de
saúde mental do estado da Bahia, que, organizados(as) como um movimento social
coletivo, denunciam os abusos e descasos sofridos; reivindicam seus direitos; buscam
avanços nas políticas públicas; e comemoram os êxitos da “Reforma Psiquiátrica Antimanicomial ”.
ATRAÇÕES CULTURAIS
Diversas atrações
serão apresentadas, como a banda de pop-rock “Sombra Sonora” e o grupo
de samba “Barlavento”; o “Flores
da Massa” (criado no CENA – Centro Docente de Narandiba); grupos de circo
(palhaços e malabaristas); Os Insênicos – “troupe teatral de usuários
dos CAPS – Centro de atenção Pscissocial - e poetas em suas
performances; grupos de capoeira e rodas de samba; além duma feira
de artesanato que deverá ser montada no gramado do Farol da Barra, com os
objetos produzidos nas oficinas dos CAPS. A Pessoa que sofre de algum
transtorno mental mostra sua cara e pede passagem, porque, como diz o poeta: -
“De perto, ninguém é normal”.
A ATENÇÃO DO CUIDADO
“É imprescindível
que haja atividades culturais para a pessoa que apresenta um sofrimento psíquico
e, ainda que mereça a atenção permanente de um cuidado especializado, é mais um
cidadão, mesmo que tenha problemas com o vício do crack”, ressalta Sérgio Pinho,
membro do Núcleo de Estudos pela Superação dos Manicômios (NESM) - uma das
instituições responsáveis pela organização dessa atividade - assim como o
Conselho Regional de Psicologia (CRP03), e estudantes do Grupo de Trabalho
Eduardo Araújo (GTEA) e do Coletivo da Luta Antimanicomial Estamira (CLAE),
além da Associação Metamorfose Ambulante de usuários e familiares do sistema de
saúde mental do estado da Bahia (AMEA).
Seguindo essa
idéia, “A LOUCURA NA CULTURA mostra
para toda população, o brilho das pessoas que seguem as práticas da Reforma
Psiquiátrica Antimanicomial e tem, de algum modo, conseguido sua inclusão
social.“Eles vem às ruas, porque se cuidam e superam suas dificuldades,
exibindo seu jeito diferente de ser. Enfrentam os preconceitos que ainda
encarcera o louco e exclui o viciado, em meios de convivência saudável, sem a
menor necessidade de hospícios ou comunidades terapêuticas,” conclui.
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